EVEREST

O objetivo do projeto EVEREST é descarbonizar (quase) completamente a maior fábrica de cal da Europa, localizada em Wülfrath, Alemanha. 

O projeto iria construir um tipo completamente novo de forno de cal e uma instalação de separação industrial de grande escala, que permitiria capturar e armazenar CO₂ de forma permanente e segura. A Air Liquide, um especialista líder mundial em gás industrial com uma tecnologia comprovada para captura de CO₂, é o parceiro do projeto para a construção e operação da instalação de captura. O projeto planeia atingir uma prevenção relativa de 89% de emissões de gases com efeito de estufa (GEE) em comparação com o cenário de referência.

Ilustração simplificada do projeto Everest, que visa construir o estado da arte
fornos de cal e uma instalação industrial de captura de CO₂ em larga escala.

Para o aspeto da captura de carbono do projeto, uma unidade de captura de CO₂ dedicada ao tratamento de gases de combustão seria ligada a uma combinação de fornos rotativos e fornos de regeneração de fluxo paralelo (PFRK). O parceiro tecnológico Air Liquide construiria a primeira unidade Cryocap™ FG numa fábrica de cal em escala industrial. A tecnologia Cryocap™ utiliza temperaturas criogénicas para separar gases e cria um fluxo de CO₂ puro a 99,99% necessário para o transporte de CO₂ e armazenamento geológico. Além disso, os novos fornos de oxicombustível PFRK seriam construídos com uma tecnologia especializada para capturar o CO₂ destes tipos de fornos, que já está altamente concentrado. Esta tecnologia tem o potencial de ter um impacto mais amplo no setor, uma vez que os PFRK são o tipo de forno mais comumente utilizado na indústria da cal em todo o mundo. 

Espera-se que o projeto aumente significativamente o nível de prontidão tecnológica das principais tecnologias utilizadas, especialmente para os fornos existentes. O projeto totalmente desenvolvido visa evitar, através da captura e armazenamento,  emissões absolutas de gases com efeito de estufa (GEE) de até 9,3 milhões de toneladas de CO₂ equivalente durante os primeiros dez anos de operação.

O Everest pretende captar, no total, até 1,4 milhões de toneladas de CO₂ por ano. O CO₂ seria capturado tanto nos fornos existentes como no PFRK recentemente construído com tecnologia de oxicombustível.

Em conjunto com a mudança planeada para combustíveis com menos emissões, é possível reduzir um total de quase 1,6 milhões de toneladas de CO₂ por ano em comparação com o método de produção atual.
Em comparação com as emissões per capita, isto equivale aproximadamente às emissões de CO₂ de mais de 220.000 pessoas na Alemanha*.

O esquema de financiamento da União Europeia para o projeto utiliza uma fábrica de produção de referência como referência teórica. Em comparação com esta unidade de produção de referência, o projeto pouparia 9,3 milhões de toneladas de GEE ao longo de 10 anos.

*Emissões de CO2 per capita na Alemanha em 2022 de acordo com o relatório do JRC da Comissão Europeia de 2023 (https://edgar.JRC.ec.europa.eu/)

Com o projeto EVEREST, estamos a liderar a produção industrial de cal num futuro neutro em termos climáticos.

A indústria da cal é uma das indústrias «difíceis de abater», uma vez que a sua produção gera CO₂ a partir da decomposição do calcário. Estas chamadas "emissões de processo" não podem ser evitadas através da mudança para combustíveis com zero emissões de carbono.

Este projeto único apoiaria os utilizadores de cal locais e europeus de várias indústrias, como o tratamento de água, produtos químicos, papel e fabrico de aço, no seu caminho para a neutralidade de carbono, fornecendo cal de baixo carbono no mercado. Aproveitando o seu know-how e experiência única em tecnologias de captura de CO₂, a Air Liquide construiria e operaria uma unidade das suas tecnologias inovadoras e proprietárias Cryocap™ FG (Flue Gas) e Cryocap™ Oxy, que são 100% elétricas e ajudariam a descarbonizar o setor da cal na Europa.

O projeto também criaria um potencial impacto socioeconómico, planeando criar 40 postos de trabalho diretos e 500 indiretos. O EVEREST mostra um elevado potencial de escalabilidade nas instalações existentes, tanto a nível setorial (indústria do cimento e da cal), como a nível económico em todos os setores e países, abordando um setor chave "difícil de abate". Devido à sua dimensão, o EVEREST seria um núcleo para a infraestrutura de CO₂ necessária na Europa e ajudaria outros emissores de CO₂ dentro e fora da indústria da cal a desenvolver e estabelecer os seus próprios projetos de CCS.

Financiado pela União Europeia. Os pontos de vista e as opiniões expressas são, no entanto, apenas os do(s) autor(es) e não refletem necessariamente os da União Europeia ou da autoridade adjudicante, a Agência Executiva Europeia do Clima, das Infraestruturas e do Ambiente (CINEA). Nem a União Europeia nem a autoridade adjudicante podem ser responsabilizadas pelos mesmos.